O percurso inicia-se no Largo Rainha D. Amélia junto ao Palácio Nacional, no Centro Histórico de Sintra. Sendo a mais importante construção aulico-realenga do país, este Palácio tem na sua origem muito provavelmente o Palácio dos Wallis Mouros, devendo-se a sua traça actual fundamentalmente a duas etapas de obras, a primeira no início do século XV, com D.João I e a segunda no reinado de D.Manuel I, no primeiro quartel do século XVI. Entre este Largo e o Turismo podemos iniciar a subida pelas Escadinhas Félix Nunes seguindo depois a esquerda pela Rua da Ferraria. Um pouco mais a frente, do lado esquerdo fica o Miradouro da Ferraria que merece uma visita. Tomando a Rua Marechal Saldanha, subimos até à Fonte da Sabuga, de origem medieval e reconstruída em finais do século XVIII. Da fonte, sobe-se a Calçada dos Clérigos, estando lá no cimo, a Igreja de Santa Maria. Depois da passagem pela igreja, iniciamos a descida pela Travessa de Sta Maria, até ao Largo Sousa Brandão. Aqui temos que atravessar a estrada (com cuidado), tomar a Rua das Murtas e contornar o Parque da Liberdade. Pela extrema norte do Parque, as Escadinhas das Murtas conduzem-nos, na descida, até à Volta do Duche. Esta artéria deve o seu nome ao facto de aqui ter existido um estabelecimento de banhos públicos fundado em 1848, e encerrado em 1908. Voltando para a esquerda encontramos o portão principal do Parque da Liberdade que nos dá acesso ao seu interior, e, mediante aquisição de bilhete, ao Teatro Virtual, ai instalado. Para terminar, e só seguir a Volta do Duche ate ao Palácio da Vila, ponto de saída deste percurso, podendo ainda refrescar-se com a água fresca da Fonte da Mourisca a meio caminho. Esta fonte é do período romântico revivalista. Mesmo antes de chegar ao Palácio Nacional, do lado esquerdo, tem o Museu do Brinquedo. Albergando cerca de 20.000 peças pertencentes a Fundação Arbués Moreira, este museu é, sem dúvida, digno de visita.
Percorre o centro histórico passando ainda pelo palácio de Seteais. Tem como pontos de interesse a antiga casa da Câmara medieval, torre do relógio e cadeia, a igreja de São Martinho, a quinta da Regaleira, o palácio de Seteais, a rampa da Pena e a fonte da Pipa. Apesar de não ser muito extenso, apresenta um declive acentuado. Aprecie a vegetação exótica e autóctone e fique atento às aves. Decorre em território classificado como parque natural e incluído no Sítio Sintra-Cascais, no âmbito da Rede Natura 2000. Aqui se completam, de forma harmoniosa, um fabuloso conjunto de monumentos de épocas variadas — encontram-se sinais de ocupação humana desde o Neolítico — e um dos melhores conjuntos europeus de flora arbórea de diversas partes do mundo, o que valeu, a grande parte da encosta norte da serra de Sintra, a classificação pela UNESCO, em 1995, de Património Mundial da Humanidade — categoria Paisagem Cultural.
O percurso inicia-se no cabo da Roca, o Promontorium Magnum dos Romanos, situado no extremo oeste da parte emersa da serra de Sintra, o ponto mais ocidental da Europa continental. A serra resultou de uma intrusão magmática que dobrou e metamorfizou, as formações sedimentares- arenitos e calcários - sobrejacentes de que resultaram xistos e margas que foram sofrendo um processo de erosão, encontrando-se hoje o núcleo de rochas magmáticas, principalmente sienitos e granitos, a descoberto. Depois da Ulgueira segue-se em direção a Almoçageme, já em zona agrícola, rica em pomares e daí para o litoral. Passa-se por um pinhal sobre dunas que resulta de antigas sementeiras ou plantações efetuadas na tentativa de fixar as areias. Quase na Praia Grande, a algumas dezenas de metros do marco geodésico do Calhau do Corvo, podem observar-se as pegadas de dinossauros sobre uma camada de calcário quase vertical, formada há cerca de 120 milhões de anos quando a Serra de Sintra ainda não existia. A partir daqui e até à praia da Adraga o percurso faz-se sobre arribas. Da Adraga sobe-se a encosta sul por entre matos onde é bem evidente a ação abrasiva dos ventos “podando” os rebentos que sobressaem, originando um aspeto “almofadado”. Desce-se depois em direção ao cabo da Roca.
O percurso tem início, em Terra Saloia, junto à Adega Regional de Colares, fundada em 1931; dirige-se para norte, por entre aglomerados urbanos, pinhais, pomares, vinhas, hortas, searas e prados. Aqui subsiste ainda uma agricultura com numerosos elementos tradicionais. Dela dependentes, encontram-se algumas espécies ameaçadas de fauna e de flora: o texugo Meles meles, as rapinas e algumas orquídeas. Facilmente observável é a perdiz Alectoris rufa. Sebes e pomares abrigam o ouriço-cacheiro Erinaceus europaeus, a raposa Vulpes vulpes e o melro Turdus merula. A viticultura é anterior à fundação da nacionalidade e Colares é Denominação de Origem Controlada, desde 1908. Aqui se produzem os afamados vinhos das castas “ramisco” e “malvasia”, em “chão de areia”, dignos de mesa de rei. A partir do século XIX tornaram-se especialmente famosos por terem resistido à praga de filoxera. As videiras, muitas vezes em associação com macieiras podadas, de modo a não atingirem mais do que 1 m de altura, estendem os “braços” pela areia, em parcelas divididas por muros de “pedra seca”, que também delimitam a propriedade, e protegidas com paliçadas de cana seca contra os ventos marítimos. A temperatura amena e os frequentes nevoeiros litorais dão lugar a um vinho ligeiro e com perfume misto de amêndoas e violetas. As Fruteiras Tradicionais apresentam grande diversidade, afirmando-se como produtos de excelente qualidade, com cheiro e sabor próprios, dadas as características dos solos e do clima. São objetivos do Parque Natural a preservação e manutenção da paisagem tradicional saloia, a promoção da agricultura biológica, a revitalização da produção do vinho de Colares, assim como das fruteiras tradicionais e a implementação de práticas agrícolas sustentáveis. O percurso atravessa um importante habitat, sobre areias antigas — o “Pinhal da Nazaré”, passa pelas Azenhas do Mar, antiga aldeia de pescadores, debruçada sobre o oceano em arribas frágeis e continua a caminho da Aguda, por trilhos no alto das arribas margo-calcárias do Cretácico inferior. Nas arribas, os limónios Limonium spp. endémicos, evidenciam um habitat especial para a conservação. Aves, como o peneireiro-vulgar Falco tinnunculus, o pombo-das-rochas Columba livia e as gaivotas Larus sp. escolhem estes locais, a salvo dos predadores, para nidificar. Na Aguda vê-se uma duna fóssil, estádio do processo de evolução da areia solta para a rocha (arenito), processo que dura milhares de anos. É possível observar uma estratificação oblíqua, traduzindo diferentes fases e orientações da deposição de areia. As arribas que se desenvolvem para norte, até à Praia do Magoito, mostram uma sucessão de camadas quase horizontais de calcários argilosos cinzentos e margas, rochas sedimentares formadas há milhões de anos, quando o nível do mar se encontrava muito acima do atual. Os calcários superiores são mais duros, e as margas inferiores mais brandas; por isso, face à ação dos agentes erosivos, a arriba recua progressivamente. Na praia do Magoito existe uma formação dunar de grande valor geológico, formada há cerca de 10 mil anos, sendo contemporânea de uma regressão do mar, ocorrida durante a última glaciação. A vegetação autóctone, essencialmente de características mediterrânicas e ocidental-mediterrânicas, apresenta-se num mosaico variado de manchas de plantas típicas de areias, matos rasteiros e vegetação arbustiva, própria dos solos calcários, como a raiz-divina Armeria welwitschii, a sabina-da-praia Juniperus turbinata, o tojo-gatunho Ulex densus, a salsaparrilha-bastarda Smilax aspera e o carrasco Quercus coccifera. Aqui se abriga grande diversidade de fauna: os coelhos-bravos Oryctolagus cunniculus, as raposas Vulpes vulpes, as doninhas Mustela nivalis, as aves, o sardão Lacerta lepida, a cobra-rateira Malpolon monspessulanus, os insetos, e muitos outros. O percurso passa ainda por prados calcários, ricos em orquídeas, antes de Fontanelas, aldeia de ruas em verso. Já perto de Janas ergue-se, numa colina, a pequena capela rural de planta circular, associada ao culto de S. Mamede, protetor dos animais. De novo no pinhal da Nazaré, retornamos à adega de Colares.